No Dia Internacional da Mulher tive o prazer de participar no evento Embrace Equity organizado pela PwC Luxembourg e pela AMCHAM. Participar neste evento é para mim uma tradição com mais de uma década, e uma tradição que tenho o prazer de continuar mesmo tendo mudado de trabalho recentemente.
O painel foi extraordinário, e eu fiquei inspirada e impressionada por todos os oradores.
As discussões durante a apresentação e também durante o almoço que se seguiu fizeram-me pensar na importância dos modelos de referência em criar a nossa perceção do nosso campo de possibilidades e, consequentemente, as nossas escolhas individuais.
Somos moldados pela cultura em que vivemos, pelo que observamos em casa, nas nossas comunidades, nos meios de comunicação social e na sociedade em geral. Na maioria das vezes, este processo é inconsciente, estamos imersos nele e tomamo-lo como garantido. É preciso fazer um esforço deliberado para termos consciência dos nossos preconceitos e da forma como a cultura em que fomos criados moldou as nossas crenças, padrões de pensamento e o que consideramos ser "o normal".
Como crianças, adolescentes e mesmo como adultos, tendemos a projetar-nos nos papéis ocupados pelos nossos pares, ou pelas pessoas que consideramos como sendo “como nós”. Assim, se eu crescer a ver as pessoas que se parecem comigo, falam como eu e se comportam como eu sendo professoras, advogadas e secretárias, não terei qualquer problema em projetar-me nessas profissões. É preciso um voo de imaginação para me projetar como mecânica, canalizadora, ou piloto de avião, se nunca vi ninguém “como eu” naquelas funções.
E assim, os papéis tradicionalmente atribuídos ao género são perpetuados. Não por falta de competências ou por falta de opções e escolhas, mas, em primeiro lugar, por falta de imaginação e de modelos de referência disponíveis.
Trazer à luz da ribalta e dizer em voz alta, e mostrar em voz alta, que todos os géneros podem escolher ocupar todos os papéis e profissões, é o primeiro passo para abrir o campo de possibilidades para os jovens escolherem realmente, verdadeiramente, o seu caminho.
É também a minha convicção pessoal que enquadrar esta questão como “empoderamento das mulheres” é redutor. Os homens também são colocados em caixas. Os homens também são discriminados e desacreditados quando ousam assumir os papéis que tradicionalmente não “lhes pertencem”: baby-sitters, educadores, enfermeiros, parteiras, pais que ficam em casa, e a lista continua…
Para que uma sociedade seja verdadeiramente justa, verdadeiramente inclusiva e para que se alcance uma verdadeira equidade, precisamos de trazer todos para a mesa. Seja a mesa do conselho de administração ou a mesa de trocar as fraldas!
Todos juntos agora!
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